Workshop debate inclusão de mulheres na área de informação tecnológica
Participantes relatam que já sofreram preconceito por serem mulheres
Aconteceu na quinta-feira (19/07), o VI Workshop sobre mulheres na área de informação tecnológica (VI Women in Information Technology – WIT). O evento fez parte do XXXII Congresso da Sociedade Brasileira de Computação (CSBC 2012), que aconteceu, no Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, no auditório do prédio administrativo.
O CSBC 2012 ocorreu durante esta semana e muitas participantes são mulheres. A professora Márcia Ito (FATEC-SP) conta já ter sofrido preconceito em uma das empresas que trabalhou. “Na área acadêmica essa diferença entre homens e mulheres não costuma existir. Mas, eu já sofri preconceito. Em uma das empresas que trabalhei, no primeiro, momento ficaram relutantes pelo fato de eu ser mulher, e só me contrataram por uma exigência do cliente”, conta a profissional.
Segundo uma das organizadoras do fórum “Meninas Digitais”, que faz parte do workshop, professora Aletéia de Araújo (UnB), o evento discutirá a participação das mulheres na área da computação e tecnologia, apresentará dados, propiciará a troca de experiências, abordará o preconceito e dificuldades que elas enfrentam. “Enfocaremos também a infraestrutura dentro das empresas de computação que, na maioria das vezes, não atendem às necessidades femininas”, aponta. “Já trabalhei em empresa com o banheiro feminino bem menor que o masculino”, diz uma das participantes do evento, a doutora em Ciência da Computação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Carla Delgado, que lembra que muitas não são contratadas pelo medo que as empresas têm delas engravidarem.
Apesar da realidade, a doutora acredita que a tendência é que o número de homens e mulheres na área se equilibre com o passar dos anos. A professora Mirella Moro (UFMG), esclarece que embora o número de mulheres na graduação ainda seja menor do que o de homens, elas terminam o curso. “Há uma evasão maior dos garotos”, contabiliza.
Meninas na Computação
Para tentar apresentar a área de computação para as garotas foi criado o projeto “Meninas na Computação”. “A resistência, quando a menina diz que quer fazer computação ou alguma área tecnológica, começa em casa, com os pais e familiares, depois as adolescentes acabam esquecendo e não se identificar mais com a área”, considera Mylene Farias, coordenadora de pós-graduação da UNB e colaboradora do projeto.
Mylene também ressalta que as empresas de informática, tecnologia e computação não costumam ter ambientes atrativos para as mulheres. “Por conta da nossa sociedade machista, acabamos tendo que provar todo o tempo que sabemos fazer”.
O fórum “Meninas Digitais: Projetos para Incentivo à Inclusão de Meninas na Computação: experiências e perspectivas” fez parte do WIT e ocorreu nesta semana no Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba.