Em 2008, nasceu na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) o projeto Metropole Digital que deu origem ao Instituto Metrópole Digital (IMD) em 2011 , com o objetivo de possibilitar a criação de um ambiente de desenvolvimento de Tecnologia da Informação no Rio Grande do Norte.

O projeto, realizado com o apoio do governo local e nacional, é norteado pela missão de fomentar a área de Tecnologia da Informação (TI) na universidade e no estado: a inclusão digital e social; a pesquisa e a inovação; e a incubação e estímulo ao empreededorismo.  Essa missão desenvolve-se de forma integrada sobre três eixos fundamentais da universidade – a educação, a pesquisa e a extensão – e envolve parcerias de diversos departamentos da UFRN com os setores de serviços públicos e privados da sociedade, cada um contribuindo com diferentes conhecimentos para o projeto.

No eixo educacional, o IMD tem iniciativas que visam promover a formação de profissionais de qualidade na área de TI em diferentes níveis, de cursos técnicos até a pós-graduação. A formação em nível técnico, associada a um processo de inclusão digital, busca atrair jovens para a área de TI. O curso, que tem 70% das vagas destinadas a alunos do ensino público, tem ênfase em Desenvolvimento de Software e Hardware. Atualmente, este curto técnico em TI tem capacidade para 2.400 alunos, com habilitações em Desenvolvimento de Web, Eletrônica, Redes de Computadores e Automação Industrial. No nível superior, o Instituto tem um Bacharelado em Tecnologia da Informação para 240 alunos, com habilitações em Engenharia de Software, Ciência da Computação, Sistemas Embarcados, Informática Educacional e Sistemas de Informação de Gestão.

No âmbito da Pós-Graduação, o IMD tem um programa de Residência em Engenharia de Software e está implantando dois Mestrados Profissionais, com proposta já em tramitação na CAPES. O curso de Mestrado Profissional em Engenharia de Software (MPES) objetiva a formação de profissionais altamente qualificados que possam propor, aplicar e avaliar a adoção de técnicas, métodos e ferramentas avançadas de engenharia de software na produção de sistemas de software complexos e de larga escala. O Mestrado Profissional em Sistemas Embarcados tem como objetivos a formação de profissionais capazes de inovar, conceber, projetar e implementar sistemas embarcados em circuitos reprogramáveis (FPGA), microcontroladores e, quando necessário, em Circuitos Integrados (CI) desenvolvidos para aplicação específica. Para tanto, o profissional deverá ser capaz de desenvolver técnicas e métodos para o projeto de sistemas digitais, microeletrônica e instrumentação envolvidos no processo de desenvolvimento do sistema embarcado.

No eixo de pesquisa, o Instituto busca fomentar a inovação através da integração com companhias públicas e privadas, tendo-se uma pesquisa aplicada voltada ao mercado e a sociedade.  O IMD conta com um amplo corpo de professores pesquisadores doutores que desenvolvem pesquisa aplicada e realizam consultorias com soluções inovadoras no desenvolvimento de sistemas em dispositivos móveis, computação em nuvem, sistemas Web e sistemas embarcados, com a aplicação de técnicas avançadas usando métodos formais, modelagem de negócios e engenharia de requisitos, design de interação e testes de software. Com este portfólio diversificado, o IMD interage com as empresas, na forma de projetos de pesquisa apoiados pelas leis de incentivo, para promover a inovação com um diferencial de conhecimentos, técnicas e tecnologias.

Com a instalação do Núcleo de Pesquisas e Inovação em Tecnologia da Informação (nPITI), a criação de laboratórios de pesquisa, que terão sua atuação voltada para o desenvolvimento de sistemas embarcados e computação ubíqua, com pesquisas em áreas como robótica, instrumentação, processamento inteligente da informação e microeletrônica. Enquanto isto, com a finalização do Centro Integrado de Vocação Tecnológica (CIVT), se terão também outros laboratórios com atuação em linguagens e métodos formais, engenharia de linhas de produtos de software, verificação de software, jogos, TV digital, redes e middleware.Em ambos os cursos a pesquisa aplicada que é desenvolvida visa contribuir com a transferência de tecnologia e conhecimento na área de Tecnologia da Informação para a resolução de problemas reais de empresas privadas e públicas da região, assim como para a geração de novos produtos e serviços com caráter de inovação. Dessa forma, eles desempenham um papel importante e fundamental dentro da proposta central do IMD de promover e estimular a consolidação de um parque tecnológico de Tecnologia de Informação no estado. O profissional formado nestes cursos também terá uma preparação especial na área de proteção e negociação de propriedade intelectual na forma de patentes e outros registros, visando uma efetiva transferência de tecnologia da universidade para empresas. Esta preparação é importante já que normalmente os profissionais da área de exatas têm boa formação técnica, mas são despreparados para negociar seus produtos.

 

Centro Integrado de Vocação Tecnológica (CIVT) e Núcleo de Pesquisas e Inovação em Tecnologia da Informação (nPITI)

 

No eixo da extensão, a missão do IMD é nutrir a vocação dos jovens participantes do projeto. Busca-se apoiar iniciativas startups baseadas em projetos inovadores através da incubação de empresas. O projeto tem a proposta de fomentar um Pólo em TI que tem sua origem neste processo de incubação de empreendimentos. Atualmente, o IMD já incuba 12 empresas, tendo uma expansão prevista para 50 entre 2013 e 2015. Este ecossistema pode atrair empresas de maior porte o que aumenta a sustentabilidade das atividades do IMD com projetos integrados que promovem uma maior troca de conhecimentos e experiências e deverá induzir por conseqüência o estabelecimento de um pólo de tecnologia, posicionando o estado do Rio Grande do Norte no setor de inovação de alto valor agregado.

A multidisciplinaridade, a abrangência e o potencial inovador de um instituto de suporte ao ensino, pesquisa e inovação em TI é de grande pertinência. Educação, pesquisa e extensão são a base de todas as ações e decisões realizadas dentro IMD. Os três eixos estão inseridos em um mesmo contexto e, com a conclusão das obras dos CIVT e do NPITI, estarão também em um mesmo ambiente físico. O curso de Bacharelado em TI oferece vagas para os melhores alunos do curso técnico, o edital de incubação pontua empresas que tenham alunos do Instituto como estagiários e a residência em software oferece vagas para as empresas incubadas, por exemplo. Este ambiente contribui diretamente para incrementar a qualidade dos cursos de graduação e pós-graduação, a integração entre empresas e as atividades acadêmicas e promove um ciclo virtuoso de incentivar que os recursos humanos formados possam criar suas empresas, empregar novos funcionários oriundos do próprio instituto e utilizar os resultados das pesquisas de inovação e desenvolvimento tecnológico.