Lista da SBC debate sobre a influência dos MOOCs nas Instituições de Ensino Superior

Como toda a novidade, o MOOC não surgiu sem causar discussões. A quem acredite que eles são o futuro da educação superior, enquanto outros acreditam que será seu fim. Este discussão não se limitou aos Estados Unidos, país onde estes cursos tiveram origem, e foi amplamente debatida na lista da SBC.

Lembrou-se o dado divulgado no ano passado pelo Coursera, de que de seus primeiros um milhão de usuários, sessenta e dois por cento eram de fora dos Estados Unidos, com a maioria sendo estudantes brasileiros (seguidos pelos indianos e chineses) e entendeu-se que este demonstra a importância e a relevância de se discutir este tema aqui no Brasil.

Trouxe-se, também, um texto publicado no site da ACM (Association for Computer Machinery), de Moshe Y. Vardi, que questiona se os MOOCs serão, de fato, o fim da academia para pensar o efeito destes cursos no Ensino Superior em âmbito mundial e nacional. Menciona-se que, para Vardi, os MOOCs não são a resposta para os problemas encontrados na Educação Superior, mas que estes cursos teriam surgido e se tornados tão atrativos pelos seus custos baixos, não pelo valor que teriam para a educação. Com a crise na economia americana, o setor educacional também sofreu, não só pelo menor número de investimentos, mas também pela diminuição do poder aquisitivo dos estudantes e suas famílias.

Alguns acadêmicos buscaram defender que é possível se beneficiar deste tipo de curso, pois, ao aproximar os alunos dos MOOCs, é possível promover além do aprendizado do conteúdo, o contato com diversas culturas. Além de lembrarem que ter aulas em outras línguas também serviria, por exemplo, como preparação para os estudantes para o programa Ciência sem Fronteiras.

Outros membros da lista de discussões da SBC, porém, estabeleceram que os MOOCs, teriam um problema em sua própria estrutura, o que impossibilitaria que fossem utilizados de forma satisfatória nas universidades brasileiras. Estes cursos possuiriam uma estrutura fechada e linear, exigida por sua característica massiva, o que não possibilitaria o aprendizado através dos erros e da interação com os colegas.

Uma terceira linha de pensamento surgiu a partir do debate sobre os MOOCs, com os acadêmicos que sugeriram que, ao invés deles, as plataformas de Ensino a Distância (EAD) já existentes no Brasil, como Moodle e Rooda, é que deveriam ser integradas as salas de aula para se ter uma aprendizagem mais completa e com um enfoque multidisciplinar.