Discussão sobre MOOCs movimenta lista da SBC

Vantagens e Destavantagens

Nas últimas semanas, o assunto dos MOOCs – Massive Open Online Courses – entrou na pauta da lista de discussão da SBC. Professores, alunos e pesquisadores debateram sobre a influência destes cursos no Ensino Superior, e acabaram listando suas vantagens e desvantagens em suas mensagens.

 

Foi observado que os MOOCs possibilitam a participação de milhares de pessoas de todas as partes do mundo a assistirem as aulas de professores renomados de instituições de alto nível sem saírem de casa e sem pagarem nada. Os alunos podem dividir conhecimento e discutir os assuntos com outros estudantes de uma forma fácil e rápida, os professores recebem o feedback a respeito de suas disciplinas de um alto número de estudantes e as universidades recebem publicidade positiva por terem permitido e organizado estes cursos online.

Entendeu-se, porém, que os MOOCs, sendo gratuitos e online, têm um processo de matrícula rápido e sem exigências acadêmicas dos alunos. Aqueles que escolhem cursar uma disciplina podem desistir dela a qualquer momento, seja porque ela é muito difícil, ou porque não se tem mais tempo para acompanha – lá. O comprometimento do aluno com o curso depende somente dele e de sua vontade de cursar aquela disciplina.

Elaborou-se também que ter milhares de alunos em uma mesma disciplina, significa uma heterogeneidade muito grande quanto se trata do perfil dos estudantes. Não há um processo de seleção para os cursos. Mesmo que vários deles citem em seus planos de ensino exigências que o aluno deverá cumprir, qualquer pessoa pode ser matricular em qualquer disciplina. Desde uma pessoa que esteja cursando uma graduação na universidade, até uma pessoa sem qualquer formação acadêmica.

Colocou-se que o nível de conhecimento dos estudantes que utilizam os MOOCs pode ser muito diverso, mas o nível das disciplinas não é, pois tendo suas origens em universidades reconhecidas mundialmente, os cursos oferecidos exigem dos estudantes não só dedicação e vontade de aprender, mas também um histórico acadêmico que lhe permita cumprir e compreender o que é pedido nas aulas.

Lembrou-se que hoje, há universidades que passaram a aceitar os MOOCs como créditos complementares para os alunos de Ensino Superior e algumas passaram a inclusive aceitá-las como substitutas para disciplinas presencias. Isto, porém, é uma mudança recente e que foi adotada ainda por muito poucas universidades. Estes cursos tendem a ser completados pelo aluno que deseja aprender mais sobre um assunto e que ganhará ao final dele a satisfação de ter acompanhado todas as aulas e sido aprovado. Há sites que já disponibilizam um certificado pelo término dos MOOCs, alguns de forma gratuita e outros pela cobrança de uma taxa.

Frisou-se que estes cursos também exigem formas de avaliação, como provas e trabalhos, mas que os organizadores dos MOOCs e os professores que ministram as aulas, contudo, ainda não conseguiram encontrar uma forma eficaz de monitorar estas avaliações, de forma que os estudantes não colem ou cometam plágio.

Foi dito também que devido ao grande número de alunos que podem cursar uma única disciplina, torna-se difícil para o professor responder as perguntas dos alunos individualmente e mesmo auxiliar aqueles que estão tendo dificuldade com os conteúdos do curso. Os estudantes podem ajudar-se entre si, através, por exemplo, dos fóruns disponibilizados nos sites para cada um dos cursos.  Assim como podem buscar o auxilio dos monitores que atendem por email ou até pelas redes sociais algumas das disciplinas.

Por fim, foi pensado que a efetividade dos MOOCs vária para cada uma das áreas que engloba. Sendo ainda dominados pela Matemática, Engenharia e Ciências da Computação, pensou-se que estes cursos podem não estar preparados para ensinar aos alunos a escrever e se expressar ou para dar a eles uma experiência prática de se trabalhar em um laboratório, por exemplo.