O Brasil teve participação expressiva nas 46ª e 47ª Finais Mundiais do ICPC (International Collegiate Programming Contest), maior competição de programação do mundo. Atrasadas ainda por conta da pandemia, as competições aconteceram em Luxor, no Egito, no final de abril, em uma edição combinada das Finais de 2022 e 2023. Um total de 263 equipes de mais de 50 países participaram da competição de cinco horas.
Onze times brasileiros participaram dos eventos, sendo seis na final correspondente aos times classificados em 2021, cuja final brasileira aconteceu em Gramado (RS), no início de 2022; e cinco na final correspondente aos times classificados em 2022, com final brasileira realizada em Campo Grande (MS).
Os melhores desempenhos entre os times brasileiros foram do time da Universidade de São Paulo, que resolveu cinco problemas e ficou na 72ª colocação entre 130 times participantes da 46ª Final; e dos times da Unicamp (57ª colocação) e do Instituto Militar de Engenharia (68ª colocação), ambos com cinco problemas na 47ª Final. Os demais times brasileiros resolveram quatro problemas ou menos, ficando com a menção honrosa.
“A final foi muito grandiosa. A abertura aconteceu no Templo de Luxor, com visita ao Templo de Karnak e encerramento no Templo de Hatshepsut. A competição ocorreu em uma grande tenda, reunindo os 130 times classificados no ano de 2021 e os 130 times classificados em 2022”, conta o professor Carlos Eduardo Ferreira (USP), Diretor de Competições Científicas da SBC, que acompanhou os times brasileiros.
A vitória da 46ª Final Mundial foi concedida à equipe da Universidade de Pequim, que resolveu 10 dos 11 problemas, e da 47ª Final Mundial foi para a equipe da Escola Superior de Economia da Universidade Nacional de Pesquisa, da Rússia, que completou 9 dos 11 problemas. Entre os times latino-americanos destacou-se o time da Universidad de Buenos Aires, que foi 13º lugar, quase conquistando uma medalha de bronze. A última vez que um time latino-americano conquistou uma medalha nas finais mundiais do ICPC foi em 2003.
Para o professor, as expectativas para 2024 em competições científicas de Computação são bastante promissoras. “Estamos iniciando o ciclo 2024/25, com uma novidade incrível. A “Rei do Pitaco” decidiu ser patrocinador Diamante da Maratona de Programação SBC, isto é, está patrocinando todas as fases, e na final brasileira serão patrocinadores “premium”. A empresa foi formada por ex-competidores da Maratona, e é muito legal ver que eles valorizaram a ajuda que a Maratona deu em suas carreiras”, destacou Carlos Ferreira.
A Maratona de Programação SBC terá a sua Fase Zero, uma fase on-line e com participação voluntária, para treinamento dos times, no dia 25 de maio, organizada pelo Professor Leandro Zatesko. Em junho acontece a final da Maratona Feminina de Programação, em Campinas. Em julho, durante o Congresso da SBC, acontece a Escola de Inverno, organizada pela UnB.
A primeira fase da Maratona SBC de Programação acontece em 31 de agosto em cerca de 50 sedes espalhadas pelo país. A organização espera ter pelo menos 800 times de 200 universidades de todos os estados. Os 65 melhores times serão selecionados para participar da final brasileira, que será em João Pessoa, de 7 a 10 de novembro. Nesta competição serão selecionados os times que representarão o Brasil na final latino-americana, que será realizada em março de 2025, em Salvador.