Clarisse Sieckenius de Souza, professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) desde 1988, foi nomeada pesquisadora da CHI Academy neste início de 2013: “É o coroamento de uma carreira”, afirma. É a primeira vez na história da instituição que um membro latino-americano foi nomeado. Para a professora, isto mostra que “no nosso continente e em particular no nosso país se faz um trabalho que reconhecidamente influencia a área inteira de IHC no mundo”.
O CHI Academy é composta por pesquisadores homenageados pelo SIGCHI (Special Interest Group in Computer-Human Interaction) da ACM (Association for Computing Machinery). Eles são escolhidos a cada ano por suas contribuições continuas e significativas para o desenvolvimento do campo de Interação Humano-Computador. Esta é a área de especialização de Clarisse, da qual foi pioneira na Ciência de Computação brasileira. A professora conta que, em 2001, estava presente na conferência em que foi criada a CHI Academy e nomeados os primeiros acadêmicos: “Lembro-me de, sentada na plateia, olhar para eles e me sentir privilegiada por estar ali diante dos “grandes pensadores” que ajudaram a demarcar o território da disciplina a que tantos, em tantos e tão diversos países, se dedicam com grande paixão”.
Hoje, Clarisse faz parte deste distinto grupo. A pesquisadora fez sua graduação, mestrado e doutorado na área de Letras. Conta que adorava, desde o início de sua formação, trabalhar com sintaxe formal, mas “já sentia o incômodo causado pela ausência – tão óbvia nas primeiras versões da teoria linguística chomskyana e, talvez explicavelmente, também nas versões mais conhecidas da teoria da Computação – do papel imaginativo (criativo) da mente humana”. Com muitas perguntas para as quais queria respostas, Clarisse escolheu a área de Computação, “e dentro dela IHC, porque temos muito sobre o que pensar quando decidimos desenvolver tecnologia e entregá-la para as pessoas expressarem e realizarem aquilo que têm em mente. Para mim, é o que há de mais fascinante para estudar e me vejo como membro da classe de pesquisadores que tem esta veia filosófica palpitando”.