Sobre a coluna publicada ontem, 21 de junho, em O Globo, em que a Sociedade Brasileira de Computação (SBC) é mencionada, sua diretoria e conselho vem, por meio do texto abaixo, se posicionar em nome da Sociedade e em resposta à menção publicada.
A SBC colabora há vários anos, por meio das consultas públicas, com o aperfeiçoamento do processo da digitalização das eleições brasileiras. A participação no Observatório, com diversos segmentos da sociedade, foi bastante enriquecedora, com a possibilidade de um entendimento maior do processo eleitoral como um todo. Vale salientar que os sistemas computacionais requerem aperfeiçoamento contínuo para garantir a devida confiança em seu funcionamento e segurança. No processo de aperfeiçoamento desses sistemas, é preciso analisar possíveis vulnerabilidades e prós e contras de cada solução.
Na reunião de 20 de junho de 2022, o professor Paulo Geus, suplente da representação da SBC no Observatório, comentou sobre o problema de ter a totalização das urnas eletrônicas sem os votos individuais. Nesse sentido, o titular da representação da SBC, professor Alfredo Goldman, deixou claro no chat do aplicativo da referida reunião, que essa era uma posição do professor Paulo e não da SBC. Até porque, se por um lado, os votos individuais poderiam servir como uma forma de auditoria, eles também permitiriam, em certas circunstâncias, deduzir a identificação dos eleitores, trazendo à tona novamente o problema conhecido dos “votos de cabresto”. Esse exemplo é apenas um dos muitos argumentos técnicos que vêm sendo debatidos e que têm propiciado o contínuo aperfeiçoamento do sistema de votação brasileiro, sendo hoje um modelo estável, seguro e de referência mundial.
A SBC, por meio do seu conselho e diretoria, confirma a sua confiança no atual sistema eleitoral Brasileiro, e está à disposição, como sempre esteve, para futuras interações nos ciclos eleitorais que virão.