“Computação em GPU irá revolucionar a ciência”, diz cientista da NVIDIA
Autor do livro “Programming Massively Parallel Processors”, David Kirk participa da conferência internacional sobre computação em Curitiba
David Kirk, cientista americano que liderou o desenvolvimento de novas tecnologias gráficas na NVIDIA de 1997 a 2009, foi o grande destaque do primeiro dia do GCDF (GPU Computing Developer Forum), conferência internacional sobre computação, promovida pela empresa americana que integra o XXXII Congresso da Sociedade Brasileira de Computação (CSBC 2012), que ocorreu em Curitiba nesta semana.
“A computação em GPU (Graphics Processing Unit) irá revolucionar a ciência, pois mesmo a tecnologia CPU com vários cores, capaz de fazer diversas funções, não consegue processar grandes quantidades de dados de forma rápida. A GPU tem outra arquitetura e possui centenas de cores para auxiliar no processamento de uma quantidade grande de informação”, destacou David Kirk, que é autor do livro “Programming Massively Parallel Processors”, uma das principais referências para o estudo de computação paralela em todo o mundo.
O cientista explica que a tecnologia GPU (Unidade de Processamento Gráfico, na sigla em português) é um tipo de processador que acelera o desempenho dos computadores, principalmente em programas pesados que exijam o processamento de imagens e gráficos. Para aproveitar esse potencial, a empresa desenvolveu a tecnologia CUDA, arquitetura capaz de tornar as placas de vídeo capazes de executar instruções de diversas linguagens de programação, como Java e C++, tornando-a compatível com o processamento destes aplicativos e não limitando mais a GPU a processar gráficos.
“Este potencial da supercomputação com GPUs traz benefícios, principalmente, para a área científica. Não falamos apenas de fazer as coisas com maior rapidez. É claro que realizar uma função dez vezes mais rápido que antes é ótimo, mas queremos também tornar possível analisar outros tipos de dados, e realizar pesquisas que antes não eram feitas porque o processamento necessário não era viável”, analisou Kirk.
Outros pontos abordados foram as vantagens da nova geração de placas de vídeo NVIDIA com arquitetura Kepler para o trabalho com computação paralela. Segundo o executivo da empresa, o primeiro objetivo da nova geração é o aumento da performance. Além disso, o cientista enfatizou que outro foco é melhorar a eficiência energética, trazendo não apenas mais desempenho, mas também mais performance. “Hoje, os supercomputadores mais eficientes do mundo, com menor consumo de energia, são equipados com GPUs”, afirma Kirk.
O GPU Computing Developer Forum (GCDF) faz parte do Congresso Anual da Sociedade Brasileira de Computação, que ocorreu no Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná nesta semana.