Competição foi marcada pelo aumento da participação feminina e selecionou 15 equipes que irão representar o Brasil internacionalmente
O Brasil será representado por 15 times na final latino-americana do International Collegiate Programming Contest (ICPC)! As equipes foram selecionadas durante a Final da 28ª Maratona SBC de Programação 2023, evento realizado entre os dias 19 e 21 de outubro, no Centro de Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC). Este ano, a final brasileira contou com um diferencial positivo para a Computação: a competição foi marcada por um crescimento importante da participação feminina. Entre os 65 times participantes de instituições de ensino superior de todo o país, 13 contavam com meninas na sua formação.
A Maratona de Programação é realizada desde 1996 pela Sociedade Brasileira de Computação, sendo um dos eventos anuais mais importantes da SBC. A competição aconteceu simultaneamente em 17 países da América Latina, envolvendo mais de 2.000 times de 500 instituições de ensino de todo o continente. O evento contou com direção geral dos professores Carlos Eduardo Ferreira (IME-USP), Diretor de Competições Científicas da SBC, e Rodolfo Azevedo (Unicamp). A Final em Chapecó foi coordenada pelo professor Tiago Zonta, da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc).
O evento foi considerado um sucesso pela comissão organizadora reunindo mais de 300 pessoas, entre eles 195 competidores, 65 professores, 20 organizadores além de outros participantes, em dias intensos de atividades. “Organizar a Maratona em Chapecó foi desafiador. A competição tem dois eixos bem específicos: um é a organização do evento em si, o outro é a estrutura, que para nós foi o maior desafio. Mas a chegada do comitê e do staff nacional deixou tudo mais tranquilo e pudemos contar também com o apoio de um parceiro, que nos emprestou 75 máquinas All in One, o que viabilizou a montagem da estrutura como precisávamos”, destacou Tiago Zonta, coordenador da Final da Maratona SBC de Programação.
Vencedores
O time vencedor, resolvendo 11 dos 13 problemas, foi o “Eu já tenho meu veredito, FAKE AC”, da Unicamp, formado pelos alunos Bernardo Archegas, Luiz Henrique Oda e Yan Silva e pelos técnicos, os professores Fábio Usberti, Naim Shaikhzadeh e Tiago Souza. Esta é a quarta vitória da Unicamp na Maratona SBC de Programação.
Além deles, outras 14 equipes brasileiras foram classificadas para a final latino-americana ICPC, que acontecerá em Guadalajara, no México, em março de 2024. Os times são das universidades: Unicamp (2 times), USP-SP (2), UFMG (2), IME, IMPA, ITA, UDESC, UFG, UFRJ, UnB, UFRN, e USP-São Carlos (1).
“A cada ano, vemos a competição crescer e como ela ocupa um lugar importante na vida destes meninos e meninas. Afinal, o maior objetivo é este: dar oportunidade para que eles se desenvolvam e encontrem as oportunidades que merecem. O clima de descontração e amizade preponderou em Chapecó, foi muito bonito. A grande inovação da organização foram as bandeiras dos times, e foi muito bonito ver os participantes segurando orgulhosamente as bandeiras de suas universidades na premiação”, destacou o professor Carlos Eduardo Ferreira, diretor geral da Maratona.
Mais mulheres
Como resultado de um movimento proposto pela Maratona SBC em 2023, com a reserva de vagas para times com participação feminina, a edição contou com número recorde de inscrições de times apenas com mulheres e times mistos. Foram 48 equipes compostas inteiramente por meninas, 46 equipes com duas meninas e 129 equipes com uma menina. Dos 65 times classificados para a final em Chapecó, 13 contavam com meninas na sua formação, somando 24 competidoras.
“A participação feminina na Maratona de Programação estava muito baixa. Resolvemos então ampliar bastante o número de vagas femininas, de uma para seis, e o efeito surgiu: tivemos uma Final com 24 competidoras, de um total de 195 competidores. Este número, que ainda parece muito pequeno, é um enorme crescimento comparado com anos anteriores, em que tivemos entre três e oito competidoras”, completa Carlos Ferreira.
No resultado, uma equipe brasileira com meninas se classificou para a final latino-americana em Guadalajara, foi a equipe da UFRN que tem duas meninas. A equipe brasileira inteiramente feminina com melhor colocação ficou na posição 125 de mais de 400 equipes na América Latina, posição 40 entre as 65 brasileiras.
1º Encontro das Meninas da Maratona
As participantes femininas tiveram ainda uma programação dedicada a elas durante a Final Brasileira. Foi o 1º Encontro das Meninas da Maratona, realizado no dia 21, que pautou a participação feminina no evento, destacando o aumento da representatividade e a importância dos projetos de motivação feminina na Computação. A reunião foi organizada pelas professoras Crishna Irion (Mackenzie e Faculdade SENAI-SP) e Lucy Mari Tabuti (Instituto Criativo), e contou com as participações das professoras Rosiane Freitas (UFAM), Márcia Cerioli (UFRJ) e Nara Bigolin (Movimento Meninas Olimpicas/TFC) e da aluna Letícia Freire Carvalho de Sousa (UFRJ), que foi uma das vencedoras da Maratona do ano passado.
Além das meninas, o encontro contou com a presença também de meninos apoiadores do aumento da representatividade feminina na maratona. A partir da reunião, foi formado um grupo de trabalho para as competidoras e seus apoiadores para que os diálogos continuem e que possam ser traçadas metas e ações futuras para as próximas edições.
Maratona SBC de Programação
Realizada pela SBC desde 1996, a Maratona nasceu das competições regionais classificatórias para as finais mundiais do concurso de programação, o International Collegiate Programming Contest, e é parte da regional sulamericana do concurso. Anualmente, a Maratona integra a maior competição da área da Computação do mundo e conta com a participação, no Brasil, de aproximadamente 800 times, de 200 universidades, gerando o envolvimento de aproximadamente três mil pessoas.
A competição se destina a alunos e alunas de cursos de graduação e início de pós-graduação na área de Computação e afins (Engenharia de Software, Ciência da Computação, Engenharia de Computação, Sistemas de Informação, Matemática, etc.) e objetiva promover nos estudantes a criatividade, a capacidade de trabalho em equipe, a busca de novas soluções de software e a habilidade de resolver problemas sob pressão.
Para a SBC, as competições científicas cumprem um papel importante na formação dos estudantes de graduação, proporcionando aos estudantes a possibilidade de se desenvolverem e encontrarem boas oportunidades no mercado de trabalho. Além da Maratona, a SBC realiza também a Olimpíada Brasileira de Informática, voltada para estudantes do ensino fundamental e médio, e a Maratona Mineira de Programação, que em 2022 passou a integrar a cartela de eventos da Sociedade. A Maratona SBC de Programação realiza também, todos os anos, duas atividades voltadas para o melhoramento do desempenho dos estudantes na competição: no início do ano, uma Escola de Verão, e, durante o Congresso da SBC, uma Escola de Inverno.
Saiba mais sobre a Maratona SBC de Programação: https://maratona.sbc.org.br/.