Assembleia Legislativa gaúcha aprova criação de prêmio para incentiva participação de meninas em olimpíadas científicas

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul irá homenagear, a partir do próximo ano, as estudantes gaúchas de escolas públicas que representam o Brasil em olimpíadas científicas. O Prêmio Meninas Olímpicas, proposto pela deputada estadual Franciane Bayer (PSB) e assinado por mais oito parlamentares, através do Projeto de Resolução 38/2019, foi aprovado pelos deputados na sessão plenária desta terça-feira (20). “A premiação além de ser um reconhecimento a essas meninas, pretende incentivar que outras estudantes participem cada vez mais das olimpíadas científicas”, afirma Franciane ao destacar que atualmente as meninas representam 10% dos premiados nas principais olimpíadas científicas do Brasil e 5 % nas internacionais.

O prêmio será entregue anualmente, em solenidade a ser realizada em data próxima ao Dia Internacional da Mulher, sendo responsabilidade da Procuradoria Especial da Mulher definir a relação das estudantes e encaminhar à mesa para deliberação. A premiação às estudantes gaúchas se dará em três categorias que serão desde o sétimo ano do Ensino Fundamental até o Ensino Médio. No diploma constará o brasão da Assembleia e o símbolo da Procuradoria Especial da Mulher junto ao nome da estudante e da categoria do prêmio.

Também assinam o Projeto de Resolução as deputadas Zilá Breitenbach (PSDB), Silvana Covatti (PP), Luciana Genro (PSOL), Any Ortiz (Cidadania), Juliana Brizola (PDT), Kelly Moraes (PTB), Fran Somensi (Republicanos), e Sofia Cavedon (PT).

 

SAIBA MAIS

A premiação é inspirada no Movimento Meninas Olímpicas, fundado em 2016 em Frederico Westphalen, por Mariana Bigolin Groff e Natalia Bigolin Groff, sob coordenação da professora de computação Nara Martini Bigolin, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que objetiva fomentar a participação de meninas nas Olimpíadas Científicas. “O Movimento Meninas Olímpicas tem transformado o mundo olímpico, onde as meninas sempre foram a minoria e invisíveis. Hoje existe uma comunidade no Brasil das Meninas Olímpicas devido ao fato delas através de ações afirmativas terem saído da invisibilidade, o Prêmio Meninas Olímpicas é um enorme avanço pois vai colocar em evidência a importância da participação feminina nos espaços de conhecimento”, afirma Nara.

Juntas, as irmãs Natália e Mariana somam mais de 60 medalhas em olimpíadas de conhecimento nacionais e internacionais na área de Matemática, Física, Química, Informática, Astronomia, Linguística, entre outros. “Ser a única menina entre uma dezena de meninos nas olimpíadas de alto nível nos coloca numa posição de representar toda a classe de mulheres. É muita pressão. Com o Movimento Meninas Olímpicas criamos uma comunidade. As ex-olímpicas mentoram as mais jovens criando, assim, uma rede solidária. A criação desse prêmio irá fortificar ainda mais essa rede que ainda é muito pequena no Brasil”, comemora Mariana.

 

 

Fonte: Jornal Bom Dia