Em 2025, o Simpósio Brasileiro de Engenharia de Sistemas Computacionais (SBESC) chega à sua 15ª edição, consolidado como um dos principais fóruns de integração da comunidade brasileira de Sistemas Computacionais. O evento, que será realizado de 24 a 27 de novembro, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em Campinas (SP), reúne pesquisadores, estudantes e profissionais interessados em discutir os avanços e desafios de áreas como sistemas embarcados, tempo real, sistemas operacionais e sistemas tolerantes a falhas.
Criado em 2011, em Florianópolis, o SBESC nasceu da união de três workshops já consolidados — Workshop on Real-time Systems (WTR), Workshop on Operating Systems (WSO) e Workshop on Embedded Systems (WSE). Essa fusão representou um marco para a comunidade científica, ao integrar áreas que antes trabalhavam de forma mais fragmentada, mas que compartilham desafios comuns relacionados à interação entre hardware e software.
Para o professor Raimundo José de Araújo Macêdo (UFBA), um dos protagonistas dessa trajetória, o evento é fruto de uma tradição de encontros e convergências que remonta a iniciativas históricas como o SEMISH (1974) e o Simpósio em Sistemas de Computação Tolerantes a Falhas (1985). “A criação do SBESC ampliou a sinergia entre pesquisadores dessas áreas correlatas, fortalecendo a relação entre software e hardware no desenvolvimento de sistemas computacionais. Essa vocação integradora mostrou-se ainda mais relevante com o crescimento da Indústria 4.0 e da Internet das Coisas”, explica.
Ao longo de suas edições, o Simpósio passou por transformações significativas. Em 2013, a área de sistemas críticos passou a integrar o programa, e em 2015, as diferentes trilhas se consolidaram em uma única, reunindo contribuições diversas em torno de temas centrais. Desde então, iniciativas como a Escola de Sistemas Embarcados (ESSE) e a Competição de Sistemas Embarcados (CSE) vêm fortalecendo o caráter formativo e de inovação do evento.
Nos últimos anos, o SBESC também buscou estreitar laços com outras comunidades científicas internacionais. Desde 2019, por exemplo, o Simpósio tem sido realizado em conjunto com o LADC (Latin-America Dependable Computing Conference), ampliando o escopo de colaboração e troca de experiências em sistemas confiáveis e escaláveis.
Cooperação e inclusão
A professora Flávia Maristela Santos Nascimento (IFBA), atual coordenadora da Comissão Especial de Engenharia de Sistemas Computacionais (CE-ESC) da SBC, destaca o papel do SBESC em impulsionar o crescimento da área e torná-la mais inclusiva. “Um dos desafios da Engenharia de Sistemas Computacionais é estreitar a relação com a indústria, promovendo cooperação mais eficiente e aplicada. Além disso, temos buscado incentivar a participação de pesquisadoras e estudantes mulheres, ampliando a diversidade na produção científica da área”, afirma.
A edição comemorativa de 2025 traz novidades que reforçam a vocação integradora e inovadora do SBESC. Entre elas estão: 1) a primeira edição do SCoRe (Workshop on Sustainable Computing and Technology Reuse), dedicado à sustentabilidade e ao reuso de tecnologias; 2) o Industry Day, que reunirá pesquisadores da academia e da indústria em busca de soluções conjuntas; e 3) o incentivo à participação estudantil, com subsídios apoiados pela IEEE/IES (Industrial Electronics Society).
Em 2025, o evento tem entre os palestrantes principais os professores Enrico Bini, da Universidade de Torino, Guido Araújo, da Universidade Estadual de Campinas, e Eduardo Rodrigues de Lima, do Instituto Eldorado. Entre os eventos satélite, o Simpósio conta com a Escola de Sistemas Embarcados (ESSE 2025), a Competição de Sistemas Embarcados (ESC 2025), o Workshop Safe and Secure Vehicles (SSV 2025), e o Workshop sobre Computação Sustentável e Reutilização de Tecnologia (SCoRe 2025).
Saiba mais sobre o SBESC 2025: https://sbesc.lisha.ufsc.br/sbesc2025/Home.
Novas gerações
Olhando para o futuro, os organizadores reconhecem que os principais desafios estão em atrair novas gerações de pesquisadores, ampliar a multidisciplinaridade e manter o SBESC como um espaço de convergência. “Sabemos que os avanços mais significativos surgem nas interseções entre áreas. O SBESC nasceu dessa ideia e continuará a ser um espaço privilegiado para fomentar novas comunidades de interesse e acompanhar as tecnologias emergentes”, destaca o professor Flávio Rech Wagner (UFRGS).Celebrando 15 anos de história, o SBESC reafirma sua missão de ser um fórum de integração, inovação e pesquisa, mantendo-se como referência para a comunidade nacional e internacional de engenharia de sistemas computacionais.