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A Sociedade Brasileira de Computação (SBC) apresenta os Referenciais de Formação para os Cursos de Bacharelado em CiberSegurança. O documento está disponível na biblioteca digital aberta da SBC, a SBC OpenLib (SOL), e visa auxiliar no desenvolvimento de matrizes curriculares e Projetos Pedagógicos de Curso (PPC) em Instituições de Ensino Superior no Brasil.

Os Referenciais foram elaborados por uma comissão formada pelos professores: Adenilso da Silva Simão (USP), Altair Olivo Santin (PUCPR), Aldri Luiz dos Santos (UFMG), Flávio de Oliveira Silva (UFU), Itana Maria de Souza Gimenes (UEM), Marcos Antonio Simplício Junior (USP), Maristela Terto de Holanda (UnB), Milene Selbach Silveira (PUCRS), Rodrigo Duran (IFMS), Ronaldo Celso Messias Correia (UNESP), Silvia Amélia Bim (UTFPR) e Taciana Pontual da Rocha Falcão (UFRPE).


A necessidade por referências que norteiem a criação de cursos de graduação na área de CiberSegurança vem aumentando gradativamente a cada ano. Uma pesquisa divulgada em 2022 pelo ISC2 (International Information System Security Certification Consortium - organização sem fins lucrativos especializada em treinamento e certificações para profissionais de segurança cibernética), aponta que o Brasil tem carência de profissionais da área de CiberSegurança da ordem de 312 mil postos de trabalho. 

“Avaliando a oferta de empregos, devido à grande quantidade de empresas do setor produtivo que empregam tecnologia de ponta, percebe-se uma enorme demanda por profissionais na área. O relatório do ISC2 estimou um mercado potencial de 687 mil oportunidades para o Brasil no período de 2022. Além disso, já havia um movimento mundial na direção de elaboração de um guia curricular para a área com documento que foi publicado em dezembro de 2017, pela Association for Computing Machinery (ACM)”, explica o professor Altair Olivo Santin (PUCPR), coordenador da comissão de elaboração dos Referenciais.

O curso é bastante difundido no mundo, sobretudo nos Estados Unidos. No Brasil, apesar de serem muitas as instituições interessadas, apenas a PUCPR oferta o curso, que, inclusive, formará a sua primeira turma no final desse ano. 

Elaboração
Para que o documento fosse construído e editado, foram quase dois anos de reuniões semanais entre os membros da comissão de educação da CESeg da SBC. “Em cada reunião online avaliávamos itens da proposta internacional e a ajustávamos à nossa realidade brasileira, editando o texto correspondente no documento. Tivemos várias interações com a diretoria de Educação da SBC para revisão e alinhamentos acerca do esperado pela os referencias”, relembra Santin.

Segundo ele, os primeiros resultados deste trabalho foram apresentados em 2021 no Curso de Qualidade no Ensino da Computação do CSBC (CQ 2021). No mesmo ano, também foram feitas duas apresentações do material junto à comunidade da CESeg, no Fórum de Segurança Corporativa (FSC) e no Workshop de Regulação, Avaliação da Conformidade, Certificação e Educação em CiberSegurança (WRAC+) do SBSeg. 

Em 2022, foi realizada uma consulta à comunidade da CESeg sobre os referenciais e feitos os ajustes sugeridos e também uma consulta pública, conduzida pela SBC em dezembro de 2022. O trabalho foi finalizado em fevereiro de 2023. 

Destaques
O documento aponta para a necessidade de criação de um novo rótulo na área 6 - Computação e Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no CINE Brasil, específico para CiberSegurança. Além disso, traz um histórico que mostra que o movimento da CESeg para a criação do curso se iniciou em 2015, com destaque para participação do professor Altair Santin como representante do Brasil, a convite da Intel, no guia internacional da ACM. 

“Definimos o perfil do egresso, com competências e habilidades gerais da Computação e as 12 específicas do curso que devem compor as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do curso. Também foram definidos os oito eixos específicos de cibersegurança: Segurança de Dados, Segurança de Sistemas, Segurança de Conexão, Segurança de Software, Segurança de Componentes, Segurança Organizacional, Fatores Humanos em Segurança, Segurança e Sociedade e o eixo de fundamentos da Computação”, detalha o professor  Altair Olivo Santin. 

O documento foi aprovado de forma unânime pelo Conselho da SBC e agora a SBC deve atuar junto ao MEC para que seja definido o rótulo específico para CiberSegurança no CINE Brasil e sejam adicionadas as competências de CiberSegurança aos Art. 4º e Art. 5º da DCN da área de Computação.


Acesse na SOL a versão digital dos Referenciais de Formação para o Curso de Bacharelado em CiberSegurança.